8 de novembro de 2009

Não quero fazer nada, quero pensar!

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... E tem aqueles dias que o cara acorda e vai fazer o que tá no script diário. Vai para o trabalho, para quem tem ainda, vai para a escola, vai para a universidade, como eu nos meus 42 anos, vai para a p. que pariu também, ou não vai para lugar nenhum, já que também cabe no roteiro cinematográfico o não fazer nada, para os que não tem o que fazer e para os que não querem fazer nada. Esta última ocupação é um sonho meu.


Lembro que, certa vez, Paulo Marinho disse que nós, os poetas, não gostávamos de trabalhar, nós só gostávamos de pensar. Se ele tentou menosprezar o meu não apego ao trabalho, ele não atingiu a pessoa certa, eu não me senti ofendido, já que a carapuça é minha! Eu não gostava, não gosto e nem gostarei nunca de trabalhar. Se eu puder vou processar o cara que nos obriga, a nós os poetas, a trabalhar... Eu vejo isso como sacanagem!



Pelo sim, pelo não, não trabalho mais, tô desempregado, tô a ver navios, sem o faz-me-rir para uma cerveja diária, tô na pior! Isto porque escolhi não trabalhar, escolhi estudar depois de velho. Esta foi uma desculpa, uma saída para não ser mais explorado (aí vem a inconsciência marxista!) pela classe burguesa. Quero ser, a partir de agora, um fazedor de nada, um pensador, aquele tipo de cara que vários séculos atrás às custas do caralho inventou o absolutismo, o egocentrismo, o capitalismo, o capetismo e outros ismos da vida... desde aqui „ as Zoropas“, onde vivo...



Fábio Kerouac, poeta e ex-lavador de pratos
Hamburg, Alemanha

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