Matéria extraída do Blog do Ricardo Noblat.
Blogueiros que se cuidem
O novo dilúvio que afogou Salvador esta semana, somado ao drama das enchentes que causam destruição e matam, em seis estados do Nordeste, faz o sino tocar, embora sem a intensidade necessária. Afinal, o quadro humano e social que se vê pelas bandas de cá tem escala mais dramática, mais dolorosa e profunda até agora, que o da nova gripe atribuída aos suínos nos Estados Unidos e México, que acaba de desembarcar no País. Os donos do poder em geral (por histórica malandrice), e a imprensa em particular (por suas escolhas eletivas) seguem mais voltados para as dores e mazelas à distância, embora já despertem para o drama em seu quintal.
Olhando bem no meio do caos deste maio de aguaceiros na Bahia dá para ver: o Pacto Republicano plantado há menos de um mês em Brasília pelos presidentes dos três poderes - Lula, Gilmar, Sarney e Temer - já produz os primeiros e prematuros frutos. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, por exemplo, fez, enfim, sua primeira viagem como chefe da Nação, ao Maranhão da família Sarney.
Símbolo petista de origem popular nordestina, Lula levou um aperto de mão solidário e um saco de promessa de ajuda material e recursos financeiros do poder federal à "frágil" aliada do PMDB, Roseana Sarney, na hora da tragédia. Tragédia a cujas causas a governadora está umbilicalmente colada, por suas ligações sanguíneas e políticas com um dos mais prolongados e socialmente injustos domínios oligárquicos já impostos à região, do qual Roseana é parte e segmento.
Faltou alguém para documentar tanta contradição, como fez o baiano Glauber Rocha com sua explosiva câmera na mão no tempo do governador Jose Sarney, na fundação da oligarquia maranhense, em 1966. As breves imagens nos canais de TV em rede nacional, no entanto, refletem, mesmo que palidamente, a extensão da miséria contida no pungente drama humano causado pelas enchentes.
Quer outro exemplo de fruto do Pacto? Veja que o ministro Joaquim Barbosa pediu licença esta semana e se afastou de sua polêmica cadeira no Supremo Tribunal Federal, para tratar de problemas de saúde.
Seguramente, agravados nos últimos dias, a partir do bate-boca em que acusou o presidente da corte de chefiar "capangas em Mato Grosso" e de "destruir o poder Judiciário no País", e das pressões sofridas a partir daí.
O fato tem efeito de repentino "freio de arrumação". Cessa a turbulência no STF, faz-se silêncio no recinto aparentemente pacificado. Assim, o presidente Gilmar Mendes fica mais à vontade para seguir cantando no terreiro do Planalto, com ecos por outros quadrantes do País. Quarta-feira (6), "em tom de desabafo", conforme assinalou o jornal "O Globo", Mendes, com jeito de político em palanque, conclamou os juizes a desafiar a opinião pública. Segundo o presidente do STF, os magistrados não podem consultar "o sujeito da esquina", antes de tomar decisões. Mas Mendes dá um passo (ou vários) além, na sua retórica agressiva e desafiadora. Algo que ainda surpreende, mesmo partindo do ministro mato-grossense, porque pouco tem a ver com a proverbial moderação que o País se habituou a ver em seus principais jurisconsultos - motivo explícito da explosão indignada do ministro Joaquim Barbosa no recente bate-boca que assombrou a Nação.
"Não se dá independência ao juiz para ele ficar consultando o sujeito da esquina. Vamos ouvir as ruas para saber o que o povo pensa sobre o STF conceder ou não um habeas corpus? Ou os nossos blogueiros? A jurisdição constitucional, por definição, é contramajoritária. Ela só funciona por ser contramajoritária", proclamou o presidente do Supremo ao discursar em um seminário da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). Ao que se sabe, sem nenhuma contestação.
Em Salvador, na mesma semana, desembarcou Protógenes Queiroz no meio do temporal que quase faz o avião em que ele viajava ir pousar no aeroporto de Aracaju. O delegado da Polícia Federal que conduziu a Operação Satiagraha veio à sua cidade natal fazer conferência sobre "ética e assédio moral" na sede local do Ministério Público do Trabalho e visitar Igreja do Senhor do Bomfim.
Na colina sagrada, segundo ele, foi pedir "que a justiça seja feita para todos os criminosos do País, a começar pelo banqueiro Dantas". O condutor da Satiagraha dever ter recebido como "um sinal" de acolhimento e aprovação do santo de maior devoção dos baianos, a inclusão do nome do banqueiro entre os denunciados no relatório final da CPI dos Grampos, em que o seu nome ficou de fora, apesar dos esforços ingentes de alguns, a começar pelo presidente da comissão, deputado Marcelo Itagiba, para que ambos - mais o ex-diretor geral da policia federal, Paulo Lacerda - fossem jogados no mesmo saco.
Mas o Pacto Republicano tende a seguir avançando. Agora, os blogueiros que se cuidem.
e você, meu caro renato, vai dar corda a um blogueiro do sudeste/sul?
eles, os f.d. putas (com todo o respeitoa à putas) fazem de tudo para descer a lenha em nós, nordestinos...para eles chamados de "baianos" (em sampa) e "paraíbas" no rio de janeiro... se pudermos puxar sardinha para nós, nordestinos, sempre é bom, porque eles vão sempre achar que são os melhores, mais inteligentes, mais bonitos, e coisa e tal, e vão sempre querer nos empurrar os paulistas, os mineiros... que vão à p.q.p.
meu caro renato, vc foi muito feliz quado disse que o marqueteiro carlos alberto pode entender de outra coisa, menos de mediador, pois ele confunde e quer ser ele atração não deixando o prefeito expor suas ideias, colocando palavras em sua boca, mais o que se sabe é que o prefeito é benevolente, e aceita ate um marginal como esse que chegou puxando a caçhorrinha e hoje desfila em caxias de sw4