28 de outubro de 2008

Vitor Gonçalves Neto

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Por muitas vezes ouvi suas histórias divertidas, as quais eram a imitação de sua própria vida. Fez de tudo e, principalmente, o que mais gostava: escrever ou, como ele mesmo confessava, “cronicar”. Em vida abraçou 318 profissões, incluindo a honesta de jornalista e algumas inusitadas para o ganha-pão: guia de cego em Alagoas, consultor poético da cidade de Benedito Leite e gigolô em Minas Gerais. Andejo, revirou “Oropa, França e Bahia”, não passava uma semana com a bunda presa no mesmo lugar; bastavam três dias, tempo suficiente para ficar conhecido das mulheres e da polícia, e depois se escafeder.

Herdou do avô: um velho dicionário, algumas dívidas, três cruzes de sífilis e um gosto danado pela cachaça. Certa feita levou seis dias para cobrir o percurso de Teresina a Caxias. De porre entrou no ônibus quando acordou estava em Peritoró; tomou outro porre, passou para Campo Maior... E ficou nesse vai-e-vem praticamente uma semana.

Quando não tinha mais nada para fazer ia compor seu jornal – O Pioneiro, apanhando letra por letra, todo feito a mão, “como punheta”, que circulava aos sábados, nele imprimia sua verve de irônica e criativa crônica dos Bichos e das Fêmeas e de Outras Coisas que Tais. Morreu sua morte (1989), com todas as faltas do mundo, inclusive falta de ar.

2 comentários to “Vitor Gonçalves Neto”

  • janeiro 12, 2009 5:02 da tarde
    Anónimo says:

    Olá amigo Renato, sou a noiva do Sanches.
    Estava aqui pela rede procurando por Vitor Gonçalves Neto e acabei encontrando seu blog.
    Quando puder, visite o meu blog tambem.
    Fique na paz, tchau!

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  • maio 17, 2013 9:52 da manhã
    Junior Sousa says:

    Parabéns pelo Blog, muito interessante, gostaria de saber mais sobre a obra de Vitor Gonçalves Neto, como ter aceso às suas crônicas.

    juniormetal8@hotmail.com

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