16 de novembro de 2009

Intelectualismo Católico

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O multiartista Isaac-Rehl, em artigo publicado neste blog com o título “Leis que lhes amparem”, aqueceu o debate entre a classe artística local ao problematizar sobre a relação promíscua entre artistas versus patrocinadores. Geralmente, é praxe mesmo, esses heróis de público pequeno, e grandes nos fazeres da arte, nos seus mais diversos gêneros, quando necessitados, encarapinharem-se com políticos com o fim de produzirem seus espetáculos. Daí, segundo Isaac, promana a submissão que rebaixa o sagrado trabalho do artista.


Para exemplificar, o articulista reporta-se, com exclusividade, ao vereador Léo Barata, um tipo misto de dublê de político com promoter, que tem apenasmente o condão de promover, toda Semana Santa, a estilizada procissão do Fogaréu. Esse intelectualismo católico o elegeu pelas tabelas das sobras da legenda e o fez enfatuar-se de gigôlo de verbas públicas e, assim, garantir-lhe diletantismo cultural que se abeira a tertúlia.


Ora, nada mais cômodo, nada mais oportunista – pra quê lei de incentivo à cultura, se a dependência do favor ofertado vira gratidão permanente, e mais, lustra a imagem do tal vereador frente às carolas da apagada tristeza cultural, que trocam o ofício da arte por medalhinhas de Nossa Senhora do Sorriso.

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