10 de novembro de 2009

NO DIVÂ DAS PALAVRAS

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A FELICIDADE

Gilvaldo Quinzeiro





Qualquer que seja o caminho pelo qual se busca a “felicidade”, se chegará em frente ao “espelho”, onde se perceberá em quantos “pedaços” cada um se fez para está no lugar do outro que também acreditou estar “inteiro” se espelhando em nós.

Os cães, quando diante de um osso, também se olham, e os que não conseguem mordê-lo salivam tanto que incomodam a refeição dos outros, resultando em brigas que os estraçalham. Com os homens diante do “espelho” acontece à mesma coisa, a diferença é que a imagem refletida não reflete a imagem que se gostaria que os outros tivessem de nós. Com efeito, a “felicidade” se despedaça e a auto-imagem de cada um nos faz sentir como o cão que acabou de perder o osso aos olhos do outro.

No final da caminhada será mais “feliz” quem tiver conseguido se erguer dos “pedaços” para encarar ante o “espelho” a sua própria imagem. Este, por sua vez, terá realizado a “travessia do espelho” e chegado enfim nalgum lugar dentro si. De sorte que qualquer lugar dentro de si é o melhor lugar para se estar de frente ao “espelho”. O outro, no entanto será sempre o outro, e a “felicidade” é o que decidirmos que seja enquanto ainda a buscamos! ...

Isso se assemelha ao pescador que, ao lançar a rede para pescar o peixe que sacia a fome de comida, pesca sem saber o mar que enche a alma de encanto. Ou seja, a “felicidade”, tal como um olhar despretensioso que capta o mar que abriga o peixe, está no que deixamos escapar de nós para “temperar” o antes, o durante e o depois do peixe pescado. Dito de outra maneira, se o pescador tivesse só a fome de peixe, o seu olhar não “fisgaria” o que na arte sacia a fome de estética

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