Caxias comemorou, dia 1 º de Agosto a adesão do Maranhão à independência do Brasil. Esta comemoração é, no mínimo , contraditória. Ela evidencia como historicamente as vontades e os projetos locais tem sido postos de lado, em virtude dos interesses do sul. Vendo a posição periférica e subserviente do Maranhão atualmente, não consigo olhar para os eventos do ano de 1823 sem uma nota de amargura na língua. A elite local tinha, bem ou mal, interesses e projetos políticos e econômicos próprios, mas foi submetida – à força – aos interesses sulistas, que puseram curvada a província do Maranhão, ensinando-a a festejar sua derrota. E é como província que o Maranhão se comporta até hoje, não apenas no âmbito da política e da economia, mas também no cultural. Comemoremos, então; mas, sabendo que co-memorar é lembrar junto, e lembrar é um exercício mental que deve vir sempre acompanhado de um outro: a reflexão. Aprender alguma coisa com as contradições que o passado esfrega na nossa cara, pra, quem sabe, compreender um pouco aquelas com que o presente nos fustiga.
3 de agosto de 2009
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