1 de abril de 2009

Não vale o que a gata enterra

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Outro dia, um sujeito metido a moralista me perguntou: - Qual é mesmo o papel do vereador? Vereador é parte do organismo social e político. Em tese, tem a função profícua de legislar no âmbito do município e, principalmente, de fiscalizar o executivo. Mas, a pergunta é bem apropriada, com raríssima exceção, vereador é despachante de luxo. E, pois, bem remunerado e inchado de privilégios, é mais dono do poder que o povo, este um subcidadão, aquele um refratário.
Na nossa república mal cheirosa a edilidade tem-se o costume clientelístico e patrimonial, exerce-se com gosto o familismo, pendurando-o no cabide das prebendas públicas. Nenhuma novidade até aqui, em todo o Brasil é assim, e é assim porque é moldado da costela da gente. Nós o inventamos. Afinal, é parido do nosso voto, e não há voto enganado ou ingênuo, há é resignação da nossa parte. Só de vez em quando alguém opugna, ajunta um punhado de merda e bem cedinho deposita no umbral dele, vereador, a dizer: não vale o que a gata enterra.

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