25 de fevereiro de 2009

Sobre Bocas

,

Pimentinha é nascido em Pinheiro, na baixada ocidental maranhense, até hoje conserva o sotaque expletivo daquelas bandas; diz que se salvou degustando isca de peixe enganado. Já melhorou bastante, hoje aprecia mais muçum em vinho de pindoba. É um sujeito de prosa agradável, destituído de maldade, de jeito jocoso. De quando em vez lereamos, mais preza falar em mulheres: “Siô, quando me vires agarrado com mulher feia, separa que é briga”.

Outro dia, perguntei-lhe o que achava de D. Dilma.
- Das partes visíveis as quais enxergo na televisão, gosto daquela boca temperamental de biquinho puxado pra frente.
É sempre assim, um observar libidinoso, coisa de velho indecente que vê obscenidade em tudo.

Falar sempre foi o instrumento de convencimento do político, e quando, então, de boca inspiradora, seduz com mais facilidade seus ouvintes. Serra não é tanto assim, ora sem nenhuma emoção, emaranha-se em estatísticas, passa imagem de seco e calculista; neste aspecto, Lula fala pela boca do povo – à flor da pele. Já Marta Suplicy, por exemplo, quando abre a caixa de ressonância delineia sempre soberba.

Se D. Dilma arrogar a fala da humildade com entusiasmo e conhecimento sobre os assuntos brasileiros vai cair na boca da opinião pública e escapulir de ser boneca de engonço dos cabriolas que gostam mesmo é da boca do cofre.

0 comentários to “Sobre Bocas”

Enviar um comentário

Obrigado por sua contribuição!

 

Blog do Renato Meneses Copyright © 2011 -- Template created by O Pregador -- Powered by Blogger