9 de fevereiro de 2009

Falido em credibilidade

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Já registrei aqui o verso do poeta Wybson Carvalho: “mãe é mãe, o resto é tudo vaca”. O poeta inspira que mãe é um ser devocional, quase imexível; e esse negócio mesmo de se referir à madre de outrem é sempre muito complicado; muitas vezes, dependendo da gravidade do assunto, costuma acabar em sangue. E, quando a mãe se mistura à política, aí é que chafurda mesmo. Mas, nalgumas ocasiões exageramos com abruptos desproporcionais ou escondemos nossa real intenção atrás de quem nos fez gente.

A carta endereçada ao jornalista e vereador Ricardo Marques e publicada em sua coluna, no último sábado, no jornal O Estado do Maranhão, cuja autoria é do músico Nosly Marinho traz exemplo desse zelo provinciano de impor seu ponto de vista. Pois, além de conter citações de um desenxabido enfant gâté, como: “Então não vejo com bons olhos a atitude de cuspir no prato que comeu...” Ou: "Caxias não tem nada que preste mais, se teve perdeu...”. Ou mesmo quando compõe ao final da carta sua fermata política: “Meu irmão não foi responsável por absolutamente nada, nem indicação, nem suporte”.

Ricardo tocou mesmo foi na fratura exposta, a da incapacidade do irmão de eleger mais ninguém, nem os seus, e isso reverbera a dor. Logo, a dramaticidade argumentativa da peça é um libreto mal-disfarçado em defesa do irmão, que, falido em credibilidade, arqueja apenas.


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