23 de novembro de 2008

Meganhas-de-Jesus

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O “sagrado”, também, quer abiscoitar a tão residual verba da cultura. Os deputados do Maranhão acabaram de aprovar projeto que classifica todas as manifestações evangélicas - dança, música, teatro, desfile de rua e retiros - como movimentos culturais; isso quer dizer que o ínfimo orçamento da pasta da cultura, já por demais concentrado na capital, sofrerá um talho de lâmina afiada. O timbre da proposta foi da deputada crente Eliziane Gama; agora, vai à sanção ou não do governador.

O acesso aos investimentos públicos para a cultura deveria ser da exclusiva finalidade de fomento ao patrimônio artístico, mas os legisladores preferiram farejar os votos de lastro religioso em detrimento da expressiva cadeia criativa do artista maranhense.

É um descalabro para a arte, seus fazeres e saberes; por mais espontâneo e abnegado que o artista seja, não se faz milagre sem dinheiro, e os evangélicos sabem bem disso, porquanto inventaram o dízimo da cultura para aleluia dos meganhas-de-Jesus.

4 comentários to “Meganhas-de-Jesus”

  • novembro 25, 2008 8:20 da manhã
    Anónimo says:

    Prof. Não deixemos de lado as festa promovidas por paroquias que sempre levam um trocadinho do alcaide seja ele municipal ou estadual e nunca foi mencionado agora em tramitação um projeto ja começa levantar os nervos pois estara sendo divido mais que justo. abs

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  • novembro 26, 2008 9:25 da manhã
    Anónimo says:

    As manifestações religiosas tambem não e cultura? Porque essa revolta toda que ate as mais altas da corte das letras sempre recebem um pouco de incentivo alem do dizimo deiado pelos seus pares. Não sejamos hipocritas

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  • novembro 26, 2008 1:25 da tarde
    Anónimo says:

    ô, renato, não devemos negar que existe cultura sendo feita dentro das igrejas evangélicas, não é?...

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  • novembro 26, 2008 1:33 da tarde
    Anónimo says:

    mas também é uma sacanagem a proposta da deputada e irmã eliziane gama. ela, como nós, que já estivemos perto do fogo (lê-se poder público), sabemos que as igrejas vivem batendo na porta do poder público e de lá arrancam sempre alguma coisa, que sai do gabinete, da educação, da saúde, enfim do bolso do contribuinte. nada contra esse assédio, mas tirar dos parcos recursos destinados à cultura, aí sim, sou contra, pois eles, sejam evangélicos ou católicos, ou ainda, umbandistas, têm força para arrancar dinheiro do erário sem precisar surrupiar a merreca da cultura... isto é tirar doce de criança, é roubar de mendigo...

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