24 de novembro de 2010

De filhotismo e jabuti

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O filhotismo está em voga nas bandas daquém, e não é senão o pretérito em carne e osso da Velha República insistindo em ressuscitar entre nós. Quando o velho cacique não mais apresenta condições de eleger-se, por variadas razões, faz coro por sua cria nova e a vende como produto moderno de melhor qualidade e funcionalidade.


Quem empresta os ouvidos às cantilenas de Paulo Marinho, todos os sábados, sabe bem do que eu trato. O pai edulcora o filho pródigo com o mel da novidade, pelas ondas públicas da radiodifusão. Diz que o filho é isso e aquilo outro de competente e inteligente, algo fenomenal.


É justo lamber a cria, convenhamos. Todo pai acredita na potencialidade do filho, exagera na porção de elogios, tenta se repetir nele. Freud deve explicar, não sei. O fato é que Paulo Júnior, aos olhos do pai, é uma obra-prima, que ele, criador, concebeu para salvaguardar todos os mortais.


Todavia, prefiro acreditar na fábula que o menino reverbera através do seu Twitter: "Durante a campanha eu usei muito uma analogia com a equipe, sobre um jabuti em cima de uma árvore. Caso você veja um, uma coisa tenha certeza, alguém colocou ele lá, e aquilo tem um motivo. Isso vale pra quase tudo, por mais estranho que seja".


O filhotismo também tem carapaça de jabuti.

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