Correu o mundo a notícia da menina Geyse, que ousou frequentar o ambiente escolar em trajes de minissaias e, portanto, viu-se hostilizada pelos seus próprios colegas, e logo depois enxotada pela direção da faculdade em razão do "flagrante desrespeito aos princípios éticos". Nem os grumetes de Álvares Cabral foram tão exercebados no moralismo quando aqui se avistaram com uma tufa de índias desnudas.
A minissaia foi uma invenção da moda inglesa, virou um ícone da liberação feminina e se alastrou continentes afora pelos idos da década de setenta. No Brasil, a minúscula peça se deu de bem ao combinar com a sensualidade das belas pernas das nossas moças de papo cabeça. Elas provocavam um frisson de galanteios nos moços que as viam passantes em saracoteios.
A propósito, recordo-me da professora Conceição que vestia com hábito um desses modelitos, sempre em tecido veludo de cor preta, cós baixo e bainha vinte centímetros acima do joelho; ficava-lhe bem o caimento. Menino algum gazeava suas aulas, toda a classe ali estática mirando aquele par de quadril rebolativo no afã de pescar melhor o triângulo.
Mas, não se faz mais menino como antigamente, eles agora dão de rabiçaca para essas esculturas torneadas em nome da decência, da moral cristã. Besteira, bom mesmo era aquele tempo em que mal a puberdade alcançava o menino e o fetiche já lhe engrossava as maõs.
