27 de julho de 2009

A propósito de bigodes

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1989 foi o ano que minha geração, pela primeira vez, votou na eleição de presidente da república. Fui de Lula, deu Collor. Aguardei impacientemente por 1994, para repetir Lula. Não deu de novo. Fernando Henrique esfregou o real no meu voto. Idem em 1998. Até que em 2002, Lula, enfim, logrou êxito. Venceu, venceu com a contribuição do meu mísero voto, que inclusive o reelegeu em 2006. Aí, foi por pura falta de opção.

Agora, Lula pede meu voto para D. Dilma. Sei não... É que essa história do Lula tatuar-se com vasto bigode de gigôlo gaudério, tô pensando mesmo é em escafeder pra pasárgada. Lá, sou amigo do rei: dá pra amassar uma tampa, molhar a caveira, bater um prato e puxar um manhoso tranquilis, tranquilis. Aqui não, não tem pra ninguém, só pra parentela de netos e netas dos atos secretos.

Lula e Dilma que se engolfem na farra do Sarney. A propósito, lembro-me da frase de Tristan Bernard: “Os homens são sempre sinceros. Apenas trocam de sinceridade de vez em quando”. Lula enxerta uma mentira sincera, circunstancial, ao borrifar de elogios o senador cabriola. Não cola. Há quarenta anos pregamos no deserto a profecia que o Brasil só descobre agora. Pois então, no próximo voto, no pé da urna, vou também reformular minha sinceridade. Afinal, nunca confie num homem que usa bigode.

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