A casta política de Caxias é hegemônica de médicos. Afora o intervalo no mandato do médico Eziquío Barros, por conta de cassação, de 1997 para cá vimos uma sequência ininterrupta de médicos no comando da cidade. Essa situação ganha agora auge, quando nos deparamos com um prefeito médico, uma deputada médica e um presidente de Câmara, também. É inusitado tal controle, e mais parece uma junta médica a cuidar de uma república de doentes.
A bem da verdade, médicos são imprescindíveis; meu pai mesmo não frequentava médicos, quando deu por si, aos oitenta e seis anos de idade, desencantou-se; ao convívio deles, teria durado cem anos e uma semana. É que os médicos são próximos de Deus, aparam os anjinhos que nascem ou os ressuscitam, daí estarem em posições privilegiadas diante dos olhos do distinto público, que lhes agradece com votos.
Mas, eu quero mesmo é lembrar do dito popular: “de médico e louco, todos temos um pouco”. Machado de Assis desenhou bem essa bipersonalidade na figura de Doutor Simão Bacamarte, que se analisava único sadio e reto na pequena vila de Itaguaí; médico renomado, exagerou ao abastecer o hospício da Casa Verde de cobaias humanas que julgava loucas, provocou um motim popular e acabou ele mesmo internado como único louco da cidade. Trata-se de uma ficção literária da qual me lembrei vagamente para encerrar-me neste domingo de paz. Mas, considere que nalgumas vezes a vida imita a arte.
A bem da verdade, médicos são imprescindíveis; meu pai mesmo não frequentava médicos, quando deu por si, aos oitenta e seis anos de idade, desencantou-se; ao convívio deles, teria durado cem anos e uma semana. É que os médicos são próximos de Deus, aparam os anjinhos que nascem ou os ressuscitam, daí estarem em posições privilegiadas diante dos olhos do distinto público, que lhes agradece com votos.
Mas, eu quero mesmo é lembrar do dito popular: “de médico e louco, todos temos um pouco”. Machado de Assis desenhou bem essa bipersonalidade na figura de Doutor Simão Bacamarte, que se analisava único sadio e reto na pequena vila de Itaguaí; médico renomado, exagerou ao abastecer o hospício da Casa Verde de cobaias humanas que julgava loucas, provocou um motim popular e acabou ele mesmo internado como único louco da cidade. Trata-se de uma ficção literária da qual me lembrei vagamente para encerrar-me neste domingo de paz. Mas, considere que nalgumas vezes a vida imita a arte.