15 de outubro de 2008

A Polícia Pedagógica

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Quando a Polícia Federal irrompe com uma ação, a minha indiscrição não é pelo vexame de quem foi preso, este logo, logo estará à solta. A minha curiosidade procede do nome de batismo de cada operação: Parságada, Arca de Noé, João-de-Barro, Poeta, Senhor dos Anéis, Rapina, Navalha, Santiagraha... Um mostruário sem fim.

A operação deflagrada em Caxias, por exemplo, batizaram-na de Balaiada, e aqui mora minha dúvida: ou consideraram os insurretos do movimento social do século XIX da igualha dos fraudadores do INSS, ou foi por pura veleidade intelectual esse batistério.

Geralmente, cá imagino que esse criatório de denominações é derivado das investigações dos casos concretos. A mais recente operação dos agentes federais em andamento, que tomou às páginas dos jornais, fora intitulada de Barrica. O boizinho nascido e crescido na Madre Deus, de fama internacional, é codinome de uma ramificação de “empresários” que agem pelo subterrâneo, no descaminho do ervanário da gente, segundo a Polícia Federal. Pois, pois, é fantasia do imaginário dos agentes ou realmente o berrante das toadas do novilho cheio de graça vem do repasto santo que engorda pai, filho e espíritos-de-boi?

É fato, no entanto, que muito mais gente se interessou pelo assunto da guerra da balaiada depois da operação; Oxalá se interesse, também, em comprarem os CDS do Boi Barrica, para livrar-lhe do ferro quente que lhe imprime a marca desses meganhas do dinheiro público. Nisso a Polícia Federal é pedagógica.

1 comentários:

  • outubro 20, 2008 7:43 da tarde

    Gostei da crônica, ainda bem que se algo pra ler. Já tava cheio do disse me disse do Jontonio, um puxa saquismo só.

    delete

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